Bijux com Alma

Nos desfiles individuais da quinta-feira que foi aberto por Mary Arantes e suas bijux com alma, ela homenageou o escultor e naturalista, Fraz Krajcberg, por acreditar que ele traduz a chegada a um estágio global de percepção da passagem individual à conscientização planetária. De origem polonesa, ele é um feroz defensor do nosso verde, abraçou a causa das queimadas no Brasil mais que qualquer brasileiro. Humanizar a natureza. Naturalizar o homem. Serão frases dele que nos acompanharão a partir de agora. Para Mary “na busca da originalidade e do grito da obra de Krajcberg, convidamos alguns artistas para junto a nós, somar gritos”. Vozes isoladas nos ensinam: mesmo o universo do consumo é capaz de ser eco-consciente.
O preto, do luto e das queimadas, foi a ausência de cor escolhida. Se por um lado o negro das florestas queimadas a impulsionou a fazer esta coleção, foi um broto verde em meio a destroços negros, de uma foto do Krajcberg, que emocionou e mostrou que mesmo em meio ao carvão, a natureza insiste em brotar.
Os materiais naturais, como os colares de anéis de seda rústica tecidos em crochê, madeira, flores de garrafa PET, botões de rosa feitos de bucha natural e folhas esqueléticas, folhas de capim colonial que mimetizam a natureza, estão presentes. Penas de pavão voam em borboletas. Viés de seda interpretam a trama das cestarias em colares de tecido, unindo etnias, da tribo Massai na África, ao Jalapão no Brasil.
No final do desfile um colar de palitos de fósforo grita pedindo socorro pelas nossas florestas.

Krajcberg, mandou um recado aos mineiros e que creio serve para os brasileiros como um todo, com relação a cuidarmos do nosso País. Segundo ele, mineiro não gosta de Minas. Basta viajar de Belo Horizonte a Ouro Preto e olhar para nossas montanhas. Solapadas. E, ninguém aqui, grita por isso.....