Fantasia – a outra face da realidade

Xosé Antonio

Durante o ultimo SEL (5º Seminário Educação e Leitura), que aconteceu no Hotel Praia Mar numa promoção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte através do Programa de Pós-Graduação em Educação sob a coordenação do grupo de pesquisa “Ensino de Leitura e de Literatura”. O evento fez parte das comemorações dos 30 anos de criação do Programa de Pós-Graduação em Educação e dos 50 anos de fundação da UFRN, teve dois palestrantes convidados que tocaram profundamente a minha alma. O primeiro foi o escritor e professor Affonso Romano de Sant’anna e o outro foi o também escritor, professor e jornalista Xosé Antonio Neira Cruz, este último tratou do tema fantasia a outra face da realidade, e é da palestra dele que vou comentar nesse primeiro momento.

Para Xosé a fantasia esta relacionada com a vivência pessoal e a cultura local, o lugar é determinante para fantasiar. Ele disse que procedia de um lugar onde a chuva é arte (ele nasceu e mora em Santiago de Compostela = Campo de Estrelas). É necessário ter sensibilidade de príncipe ou princesa. Ela existe conforme a nossa capacidade de alimentá-la.

O escritor afirma que nem todas as fantasias servem para dar asas à imaginação. Ela move inquietudes, paixões e vontades. Para ele sem sonhos nenhuma empresa vive. A literatura é a essência de nós, com palavras vivemos, sonhamos.

Segundo Xosé, ao longo desse tempo, nesse mundo globalizado a literatura galega não tem se sabido ser. Quando ele escreve algo parte do principio que isso pré-existe. “O livro é minha união com qualquer outro povo, me une ao mundo as línguas que levo... o homem e a mulher necessitam como água, em primeiro lugar de sonhos”.
Sábio e sensível Xosé.