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quinta-feira, 3 de abril de 2008

O Ápice do Cinema de Bresson

O Cineclube Natal, em parceria com o Nalva Melo Salão Café, apresenta nesta proxima sexta-feira, 04 de abril, um dos belos exemplares do cinema francês da década de sessenta, "A Grande Testemunha", de Robert Bresson.
Bresson foi, sem dúvida um dos mais peculiares diretores franceses de seu tempo. Autor de filmes memoráveis, dentre eles "Pickpocket" e "O dinheiro", preferia não trabalhar com atores profissionais, para que a técnica não poluísse a pureza do personagem e da história contada. Conhecido pelo rigor formal absoluto e pela obsessão em construir narrativas cada vez mais despidas de emoções manipuladoras, Bresson preferia empregar atores não-profissionais, pois achava ser mais fácil obter deles desempenhos neutros, sem expressões faciais exageradas. Por isso, "A Grande Testemunha" (Au Hasard Balthazar, França/Suécia, 1966) costuma ser considerado o filme mais bressoniano de Robert Bresson, já que o protagonista não é um ser humano, mas um burro de carga.Ao decidir narrar a história da vida desse burro (cujo nome de batismo é Balthazar), do nascimento até a morte, o cineasta francês foi coerente com os princípios que regem seu trabalho. Como é óbvio, um animal é o ator "perfeito" para um diretor como Bresson, já que um jumento não possui expressão facial, e qualquer sentimento que porventura pareça sentir aparece apenas na cabeça do espectador, previamente treinado – pelos filmes ditos "normais", que usam a gramática regular do cinema – para sentir aquilo que o personagem principal sente.
A observação do curso da vida que empreende Bresson neste filme vem pelos olhos de Balthazar, no seu percurso de dono em dono, de mal-tratos a mal-tratos. Os closes nos olhos do animal fazem dele espectador privilegiado e personagem central, que parece entender de "destino" mais e melhor que qualquer humano. Parece conhecer mais de perto o andar da vida, suas dobras, envergaduras e ironias. Quando da sua chegada ao circo, ao passar entre as celas dos outros animais, comunica-se com eles em seu silêncio, reconhecendo que tudo os ultrapassa e que seu destino, provavelmente triste, não pertence a eles.

CINE CAFÉ
Onde: Nalva melo café salão, terreo do Ed. Bila, Ribeira
Telefone: 3212-1655

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